Consegui vislumbrar inúmeras toneladas sendo transportadas por enormes caminhões. Pude sentir as emoções embalarem minha alma diante de tais visões.
Aconteceu que as visões me motivaram e me pus a trabalhar no preparo da terra. Tive de arredar pedras, tocos e eliminar cupins. Adubei-a e lancei as sementes com confiança.
Todos os dias eu passava entre as covas para ver se já havia algum broto. Para minha alegria, começaram a se mostrar. Foi gigante o meu contentamento.
Ao iniciar minha obra, amigos e conhecidos profetizaram o caos. Diziam que a terra não era apropriada. Que a estação chuvosa demoraria a vir e que ventos tempestuosos ameaçariam a região.
Fiquei abalado. Pensei em desistir. Era minha inaugural 'façanha' e eu não queria passar por constrangimento 'social'. Cheguei a perder o sono e o apetite por alguns dias.
Resoluto, não temendo correr riscos, arregacei as mangas e me pus a cortejar meus sonhos. Carpi, limpei o solo; o ronco das máquinas foi ouvido.
Minha expectativa estava em seu ponto mais alto. As mãos esfriavam. O cérebro não tinha descanso. Quando, porém, vi os brotinhos aparecerem gritei de contentamento; mas ainda não era o trigo pronto. Era a promessa.
Alguém soltou touros em meio às minhas plantas. Outro enviou pássaros famintos. A inveja criou meios de me deter já em estágio adiantado de minha safra prometida. Foi prova sobre prova; parecia que eu estava perdendo a fé.
As minhas visões se cumpriram. O suor derramado foi galardoado. Os calos das mãos, devidamente agraciados com feixes de trigos de qualidade sendo colhidos. Ali estava a recompensa da fé, do trabalho. Os depósitos foram abarrotados.
O trigo não nasce por acaso. Os pães que alimentam milhões provem dele. É obra de valor. Merece cuidados especiais.
Toda pessoa planta alguma semente. A escolha se faz necessária. A 'terra' dos corações não devem abrigar ervas daninhas, mas 'plantas' de boa qualidade. Ainda que seja preciso 'arrancar tocos e pedras', compensa o sacrifício.
Os 'touros' e 'pássaros' malignos devem ser dispensados. A inveja nem merece atenção. Os ocupados com obras grandiosas devem manter o foco e marchar resolutos.
A colheita virá!
Fonte: http://www.atosdois.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário