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ESTUDO DA PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO

 
AUTORIA
O autor da carta identifica-se como Pedro (1.1). Essa identificação concorda de modo notável com dois fenômenos:
1)    Certo número de expressões em 1Pedro faz-nos lembrar da fraseologia do sermão de Pedro registrado em Atos 2.
2)    As alusões as declarações e os feitos de Jesus, conforme eles se acham registrados nos evangelhos, procedem de situações nas quais Pedro desempenhou papel especial, ou nas que tinha interesse especial. Portanto, embora alguns estudiosos da atualidade tenham formulado a teoria de que 1Pedro era a princípio um sermão ou liturgia batismal (1.3 – 4.11) transformado em carta pelo acréscimo dos trechos 1.1,2 e 4.12 – 5.14 e, por isso provavelmente não sendo de autoria de Pedro, é ainda melhor aceitarmos a declaração constante na própria carta, a qual assegura ter sido escrita pelo apóstolo Pedro, reivindicação essa respaldada na tradição da Igreja Primitiva.

A referencia mais antiga a ela talvez seja 2Pe 3.1, em que o próprio Pedro se refere a uma carta anterior que escrevera.

QUEM ERA PEDRO
Filho de Jonas (Mt 16.17) era pescador de Betsaida na Galiléia (Mt 4.18). O temperamento que se atribui aos galileus se revela na energia, independência e na demasiada franqueza de Pedro. O seu modo de falar também o caracterizava como Galileu (Mc 14.70). Era casado (Mt 8.14-15) e nas suas viagens missionárias era acompanhado pela esposa (I Co 9.5). O filho Marcos que ele se refere na primeira epístola de Pedro (5.13) era sem dúvida João Marcos, sobrinho de Barnabé. Era comum o discípulo ser chamado de filho pelo mestre.

A respeito dos últimos anos do apóstolo Pedro, nada se pode afirmar. Segundo uma antiga tradição Cristã ele teria ido para Roma onde lhe deram a morte por crucificação, cumprindo-se assim a predição de Jesus (Jo 21.18-19). O que realmente se pode afirmar é que ele foi martirizado no tempo da grande perseguição aos cristãos movida pelo imperador romano Nero, talvez no ano 66 d.C.

DATA DO LIVRO
O tema da perseguição aos cristãos, que percorre toda essa carta, sugere que Pedro a escreveu por volta de 63-64 d.C., pouco antes de seu martírio em Roma. Mas a perseguição pressuposta em IPedro parece não ter-se originado por decreto imperial, uma vez que Pedro continuava falando do governo como protetor (2.13-17; 3.13). A perseguição que se deu em todo o império romano se deu mais tarde.

O AMANUENSE
Silvano talvez tenha atuado como amanuense de Pedro nessa carta (5.12), e pode ter sido o responsável pelo estilo bastante aceitável do grego em que foi escrita a carta. Também não podemos garantir que judeus palestinos como Pedro fossem incapazes de usar bem o idioma grego. Silvano pode apenas ter se encarregado de levar a carta aos destinatários. Ou talvez Silvano tenha realizado as duas tarefas. Silvano, seu nome latino soa como o aramaico “Silas” e provavelmente se refere ao Silas que foi companheiro do apóstolo Paulo por ocasião de sua segunda viagem missionária.

ONDE FOI ESCRITA
Pedro quando escreveu a carta estava em “Babilônia” (5.13), muito provavelmente não a cidade desse nome na Mesopotâmia, mas Roma. Pois a Babilônia da Mesopotâmia estava quase deserta nos primórdios da era cristã. “Babilônia” também aparece como nome simbólico de Roma em Apocalipse 17.4-6, 9,18, e isso fica evidente porque Roma era a cidade dominante no período do Novo Testamento. Roma foi chamada de Babilônia por ser a capital mundial da idolatria, posição essa ocupada pela Babilônia em tempos remotos. Não existe referencia a existência de uma igreja cristã na Babilônia, também não existe nenhuma evidencia histórica ou da tradição que Pedro tenha estado em Babilônia.

DESTINATÁRIOS
À primeira vista, as expressões “eleitos que são forasteiros da Dispersão” (1.1), no meio dos gentios (2.12) e gentios (4.3) parecem mostrar que os destinatários da carta eram cristãos judeus. Entretanto alusões ao pecado de idolatria anterior à conversão deles e as expressões “paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” e “vosso fútil procedimento” (1.14-18), mostram claramente os antecedentes predominantemente gentílicos dos leitores em questão. Essa conclusão é confirmada por 1Pedro 2.10, que diz: “Vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus”, essa frase não poderia ser dito a respeito de judeus, nação da aliança com Deus. Assim como Pedro se utiliza do termo “Babilônia” para representar a cidade de Roma, também usa vocábulos “gentios”, figuradamente, para se referir aos não cristãos, e igualmente “forasteiros da Dispersão” em relação aos cristãos espalhados por todo mundo. Como a Igreja tomou o lugar de Israel as designações atribuídas antes aos judeus podem agora ser aplicadas à Igreja, que se compõe predominantemente de gentios.

PROPÓSITOS
O apóstolo define bem o tema central de sua breve carta aos cristãos judeus e gentílicos dispersos por grande parte da Ásia Menor.

Pedro escreve para encorajar os cristãos perseguidos e confusos e para exortá-los a permanecer firmes na sua fé (5.12). Para este fim repetidamente direciona as sua reflexões às alegrias de sua herança eterna (1.3-13; 4.13; 5.1,4) e os instrui sobre o comportamento cristão correto no meio do sofrimento injusto (4.1,19). Ainda que seja primariamente dirigida aos cristãos perseguidos, os princípios que Pedro ensina se aplicam a todo tipo de sofrimento, não importa à causa, desde que não seja ocasionado pelo pecado. Baseado nessa epístola, Pedro tem sido chamado por alguns teólogos de o “apóstolo da esperança”. A exortação central da epistola de Pedro pode ser resumida na frase “crer e obedecer” (4.19).

TEMAS
Embora esta seja uma carta breve, ele inclui várias doutrinas e tem muita coisa a ensinar sobre a vida cristã e dos deveres dos seguidores de Jesus. Não é de estranhar que diferentes leitores tenham identificado na carta diferentes temas principais. Por exemplo: já entendida como carta de sofrimento e perseguição, de sofrimento e glória, de esperança, de peregrinação, de coragem e como carta que trata da verdadeira graça de Deus. Pedro diz que tem escrito “encorajando-os e testemunhando que esta é a verdadeira graça de Deus” (5.12). Essa é uma classificação geral e definitiva da carta, mas não se pode excluir a identificação de inúmeros temas subordinados e coadjuvantes. A carta também é composta de uma série de exortações que vão de 1.13 a 5.11.

INTERPRETANDO ALGUMAS PASSAGENS
Sofrimento e galardão
Após a saudações, Pedro exalta o nome de Deus diante da expectativa da gloriosa herança celestial, a qual torna suportável a presente. Cristo também teve de sofrer antes de sua glorificação, algo que os profetas do Antigo Testamento não puderam entender, uma vez que não discerniram entre o primeiro advento de Jesus, cujo objetivo era provar a morte, e seu segundo advento com o intuito de impor seu domínio no universo (1.1-12).

Resposta pronta.
Uma recomendação importante é dada em 3.15, que se aplica a todos os cristãos. “Estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que há em vós”. Você tem uma resposta inteligente da sua confiança em Cristo para dar a quem lhe perguntar? Se não tem, prepara uma. Pense no que Cristo significa para você.

Pregar aos espíritos em Prisão
A pregação de Cristo aos espíritos em prisões (3.18-20) provavelmente significa que, no intervalo entre sua morte e sua ressurreição, Cristo desceu em seu Espírito ao hades para proclamar seu triunfo sobre os espíritos demoníacos que ali haviam sido aprisionados por Deus, por causa de sua influencia corrupta entre os homens na época de Noé, imediatamente antes de Dilúvio. Existe a idéia de que essa prisão não seria no hades, mas na atmosfera terrestre, à qual os espíritos demoníacos estão agora confinados, conforme Efésios 2.2; 6.12. Mas as defesas a favor do hades estão em 2Pedro 2.4 e Judas 6. Não podemos pensar que essa pregação tenha sido uma oferta de salvação, mas sim que Jesus foi mostrar aos que perseguiram os que serviram a Deus, que eles são os derrotados, e os servos de Deus os vencedores.

Outra interpretação é aquela segundo a qual o Cristo pré-encarnado oferecera salvação por meio da pregação de Noé à geração antediluviana, a qual estaria agora confinada ao hades por ter rejeitado aquela mensagem.

Batismo no dilúvio
Ao comparar o batismo com o dilúvio, Pedro cuidadosamente mostra que o contato do batizando com a água não elimina o pecado; antes, atitude interna de arrependimento e fé, que se manifesta na submissão ao rito batismal (“a indagação de uma boa consciência para com Deus”; 3.21) e que conduz à remissão de pecados.

TÓPICOS DESTACADOS
I - A salvação gloriosa.
CAPITULO 1
1-    Esperança viva, centralizada na ressurreição de Cristo, v 3.
2-    Herança incorruptível, v4.
3-    Poder divino mediante o qual os cristãos são guardados em vitória no meio do sofrimento, vv 5-8.
4-    Plano misterioso.
- Acerca do qual os profetas inquiriram, predizendo os sofrimentos de Cristo e a Glória que seria revelada nos últimos tempos, vv 10-12.
- Chama os cristãos ao domínio de si mesmos, á obediência, à espiritualidade, à santidade e à reverencia piedosa, vv 13-17.
- Seu custo infinito, VV 18-19.
- Escolhido antes da fundação do mundo, VV 20-21.

II – A vida do cristão à luz da grande salvação
Capitulo 1 (cont.)
1-    Deve ser purificada e regenerada por meio da verdade eterna, mostrando o amor fraternal, VV 22-25.
Capitulo 2
1-    Deve estar livre de todas as más inclinações e anelar o leite da Palavra de deus para poder crescer, VV 1-3.
2-    Deve chegar a ser uma pedra viva de um templo espiritual do qual Cristo é a principal Pedra angular, VV 5-6.
3-    Deve reconhecer Cristo como precioso, como Aquele que foi rejeitado e á Pedra de tropeço para os que não creem, vv 7-8.

J. DIAS

Fontes:
Panorama do Novo testamento – Ed. Vida
Bíblia de Estudo de Genebra – Ed. SBB
Bíblia Thompson – Ed Vida
Bíblia de Estudos NVI – Ed. Vida
Novo Testamento King James – Sociedade Bíblica Ibero-Americana
Estudo Panorâmico da Bíblia – Ed. Vida

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