Seja bem-vindo! Hoje é

ESTUDO DA SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO


AUTOR
O autor se apresenta como Simão Pedro (1.1). Emprega o pronome na primeira pessoa do singular num trecho altamente pessoal (1.12-15) e declara ser testemunha ocular da transfiguração (1.16-18). Assevera que essa é sua segunda carta aos leitores (3.1). Em resumo: a carta é declaradamente de Pedro, e sua natureza é compatível com essa declaração.

Apesar das declarações da própria epístola, aparecem algumas objeções à autoria de Pedro. Entre as mais comuns está a falta de testemunho mais antigo, a demora da Igreja em reconhecer o livro com inspirado, as diferenças de estilo em relação a 1Pedro e uso parente de linguagem helenista religiosa e filosófica. Realmente existem grandes diferenças de estilo entre 1Pedro e 2Pedro. Muitas das palavras e expressões favoritas de 1Pedro, por exemplo, estão ausentes em 2Pedro. No entanto, as diferenças não são absolutas, e várias semelhanças impressionantes de fato existem entre as duas epístolas.  Ocorrem também vários paralelos entre as duas epístolas e o discurso de Pedro no dia de Pentecoste.

DATA
Esta epístola foi escrita perto do fim da vida de Pedro (1.12-15), depois de ter escrito uma carta anterior (3.1) aos mesmos leitores (provavelmente 1Pedro). Como Pedro foi martirizado durante o reinado de Nero, sua morte deve ter ocorrido antes de 68 d.C., de modo que é muito provável que 2Pedro tenha sido escrita entre 65 e 68.

Alguns eruditos sustentam que essa data é recuada demais para a escrita de 2Pedro, mas nada no livro exige data posterior. A heresia combatida é semelhante ao tipo presente no século primeiro d.C. Insistir em que o segundo capítulo era dirigido contra o gnosticismo do século II é pressupor algo além do conteúdo do capítulo.

TEMA CENTRAL
Uma advertência acerca dos falsos mestres e dos escarnecedores. Para combater a influencia das falsas doutrinas, dá-se grande ênfase à Palavra de Deus e a certeza do cumprimento das promessas divinas.

SEMELHANÇAS COM A EPÍSTOLA DE JUDAS
Há semelhanças inegáveis entre 2Pedro e Judas, no capítulo 2 de 2Pe e Judas 4-18. Essa semelhança se encontra na descrição dos falsos mestres. Alguns estudiosos defendem com base em fatos, que Judas escreveu sua carta mais tarde, e foi ele quem se escudou na segunda carta de Pedro. Por exemplo, o fato de que a carta de Pedro fala do aparecimento de falsos mestres com verbos principalmente no futuro, mas Judas o faz usando verbos no passado parece servir de indicação de que 2Pedro foi escrita antes da heresia ser propagada, e Judas escreveu sua carta depois da disseminação. Também é possível que a fraseologia semelhante nas duas cartas se tenha derivado de alguma fonte informativa comum que não chegou até nós.

PARALELOS COM 2TIMÓTEO
Nestas cartas, cada um dos escritores faz referência a proximidade da morte. 2Tm 4.6 e 2Pe 1.14.

Ambos os escritores predizem tempos perigosos para a Igreja:

a)    O predomínio dos ensinos falsos (2Tm 3.13; 4.3; 2Pe 2.1).
b)    A corrupção geral da sociedade, (2Tm 3.1-7; 2Pe 2.10-22).
c)     A oposição vindoura, (2Tm 4.3-4; 2Pe 2.2, 20-22).

PROPÓSITO
Na primeira carta, Pedro alimenta as ovelhas de Cristo ensinando-lhes como lidar com a perseguição de fora da Igreja (1Pe 4.12); nessa segunda carta ele ensina-lhes como lidar com falsos mestres e malfeitores que entraram na Igreja (2.1; 3.3,4). Embora as situações especificas naturalmente exijam variações no conteúdo e na tônica, nas duas cartas Pedro, como pastor das ovelhas de Cristo, procura recomendar aos seus leitores uma combinação sadia entre fé e prática dos ensinamentos cristãos. Para ser mais específico, seu propósito é tríplice: Estimular o crescimento cristão (Cap. 1). Combater falsos ensinos (Cap. 2). Encorajar a vigilância, tendo em vista a segunda vinda do Senhor (Cap. 3).

Ainda que seja difícil determinar com precisão qual era o falso ensino, parece tratar-se de uma forma primitiva de gnosticismo. Este termo designa qualquer um dos vários movimentos heréticos que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, os quais combinavam ideias da filosofia grega, do misticismo oriental e do cristianismo, enfatizando a salvação pelo conhecimento intuitivo e esotérico e não pela fé em Cristo.

A menção à profecia autêntica, no final do capítulo 1, leva o apóstolo a condenar as falsas profecias. Os mestres falsos, presentes e futuros encontram-se na mesma posição de condenação em que estavam os falsos profetas do Antigo Testamento, e terão de sofrer a mesma condenação divina que eles. Sua vida silenciosa demonstra sua depravação e escravidão às concupiscências, embora eles mesmos prometam liberdade a seus ouvintes. Os cristãos autênticos, todavia, devem relembrar as predições de juízo por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, segundo os moldes do Dilúvio, embora agora a destruição seja através do fogo e não da água. A demora do retorno de Jesus não deve ser erroneamente interpretada com uma mudança de planos. Antes, essa postergação se deve à paciência de Deus, que deseja dar a cada geração mais tempo para o arrependimento. Pois em última análise, o que representa mil anos para o Deus eterno? Então não devemos nos preocupar com os tempos. Entretanto, como o presente esquema das coisas será destruído, os crentes devem viver retamente, à luz dos valores eternos, como se Cristo voltasse hoje.

SOBRE AS CARTAS DE PAULO
As referencias de 2Pedro às cartas de Paulo (3.15) dá a entender que todas as cartas de Paulo já haviam sido escritas, e publicadas, mas isso só poderia ter sucedido depois do martírio de Paulo, já que continuou escrevendo até o fim de sua vida terrena. Mas Pedro está se referindo apenas as cartas escritas antes de 2Pedro. O conhecimento dessas cartas por parte de Pedro se deve provavelmente por suas viagens missionárias onde deve ter encontrado algumas dessas cartas circulando nas igrejas. Ou às conheceu por intermédio de Silvano, auxiliar dos dois apóstolos. A maneira de Pedro escrever sobre a pessoa de Paulo “nosso amado irmão” (3.15) reflete que eles eram contemporâneos no ministério.

As citações das cartas de Paulo entre “as demais Escrituras” (3.15,16) mostra-nos que elas já eram consideradas Escrituras inspiradas.

ESBOÇO
I. Saudação 1.1-2

II. A verdade doutrina contra a falsa 1.3-2.3
Busca de virtudes morais 1.3-11
Testamento de Pedro 1.12-15
Escrituras proféticas contra os falsos mestres 1.16-2.3
III. Exposição e julgamento dos falsos mestres 2.4-22
Destruição dos falsos mestres 2.4-10
Descrição dos falsos mestres 2.10-22
IV. Advertências contra os traidores do final dos tempos 3.1-18
Escarnecedores nos últimos dias 3.1-7
Crentes e o Dia do Senhor 3.8-18

  J.Dias
Fontes:
Panorama do Novo testamento – Ed. Vida
Bíblia de Estudo de Genebra – Ed. SBB
Bíblia Thompson – Ed. Vida
Bíblia de Estudos NVI – Ed. Vida
Novo Testamento King James – Sociedade Bíblica Ibero-Americana
Estudo Panorâmico da Bíblia – Ed. Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário