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PORQUE QUATRO EVANGELHOS?

ESCRITORES COM LIBERDADE

Os escritores dos Evangelhos tiveram liberdade de expressão ao usarem estilo próprio em suas narrativas.

Assim como os escritores do Antigo Testamento, os Evangelhos não nos fornecem todos os detalhes históricos que poderiam nos interessar. Os acontecimentos incluídos foram cuidadosamente selecionados para nos apresentar, clara e poderosamente, a mensagem do Evangelho.

Há muito tempo já se tem notado que os Evangelhos não são apenas biografias comuns. Dois deles não mencionam nenhuma vez o nascimento de Jesus, e foi registrado somente um acontecimento de sua vida quando jovem (Lc 2.41-52). Diferentemente do que alguém poderia esperar de uma biografia, uma grande porção de cada Evangelho é dedicada à última semana do ministério de Jesus.

O PROBLEMA SINÓTICO
São considerados Evangelhos sinóticos, os três primeiros escritos, Mateus, Marcos e Lucas. Sinóticos significa que tem a forma sumária de sinopse, que apresentam grandes semelhanças na narração dos fatos.

Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, tem em comum um grande número de relatos, a tal ponto que se pode colocar o conjunto de seu conteúdo em três colunas paralelas e lê-los conjuntamente.  O número de versículos que eles compartilham é surpreendente. Uma grande quantidade de passagens idênticas se encontram nesses três Evangelhos. Existem ainda outras passagens que apenas são compartilhadas por Marcos e Mateus, enquanto outras só por Marcos e Lucas. Aliás, numerosos textos ausentes em Marcos, só se encontram em Mateus e Lucas. Por fim, cada Evangelho contém textos que lhe pertencem como próprios. Um fato notável a ser observado é que somente 53 versículos em Marcos não foram utilizados nem por Lucas nem por Mateus. Marcos está quase inteiramente contido nos dois outros. Sendo assim, existe um parentesco grande entre Mateus, Marcos e Lucas, por isso receberam a denominação de Evangelhos Sinóticos.

Uma comparação mais detalhada, entretanto, revela uma grande variedade de diferenças tanto quanto de semelhanças. Algumas vezes, o material registrado é exatamente igual, enquanto que, outras vezes, há pequenas diferenças verbais. Em alguns casos a ordem dos eventos é a mesma, mas freqüentemente isto não ocorre. Do ponto de vista literário, estes fatos levantam perguntas difíceis. Como é que os Evangelhos se originaram? Teriam seus autores se utilizado dos escritos de outros? Poderiam ter eles outros materiais disponíveis?

A resposta mais aceita é de que Marcos foi o primeiro Evangelho e que Mateus e Lucas seguiram seu esboço. Mas Mateus e Lucas trazem algumas narrações importantes em comum que não são encontradas em Marcos (Exemplo: Mt 7.24-27; Lc 6.47-49). Isto é explicado através da suposição de que um segundo documento, não mais existente hoje, teria sido usado pelos dois escritores. Esta solução é conhecida como “Teoria da Dupla Fonte”. Além disso, fica claro que Mateus e Lucas tiveram acesso a muitas informações singulares encontradas somente em seus Evangelhos.

Esta proposição não explica os fatos. Teorias alternativas tem sido sugeridas. Alguns argumentam pela prioridade de Mateus ao invés de Marcos, uns poucos sugerem que Lucas foi escrito primeiro. Alguns até tem argumentado que João foi o primeiro. Vários eruditos enfatizam uma tradição oral que deve ter precedido à escrita desses documentos, sugerindo sua interdependência literária. A maioria dos especialistas do Novo Testamento continua a aceitar a teoria da "Dupla Fonte", como uma hipótese possível, mas reconhecem que muitas perguntas ainda permanecem sem resposta.

Em última análise, a direção de Deus através da inspiração era o fator controlador. Deus usou acontecimentos históricos e a pesquisa pessoal dos escritores dos Evangelhos para cumprir seus propósitos. O trabalho dos eruditos na História e na Literatura não devem então ser de maneira alguma rejeitado, já que muitas vezes tem trazido luz sobre o texto. Por outro lado, a nossa confiança na veracidade das Escrituras não depende da habilidade de especialistas para resolver os problemas literários, mas o poder de Deus em cumprir suas promessas (2Tm 3.16-17).

PORQUE QUATRO EVANGELHOS?
Por causa dessas repetições de narrativas é que vem a pergunta: “Porque quatro Evangelhos?” Não teria bastado uma só narrativa direta e contínua? Não teria sido bem mais simples e clara?

A resposta é simples e direta. Uma só pessoa, ou mesmo duas não nos teriam trazido um retrato da vida e obra de Cristo, que nos proporcionasse o completo entendimento de quem era Jesus, como os quatro evangelistas. Apesar dos Sinóticos, cada Evangelho tem suas particularidades e nos apresentam quatro funções de Jesus, reveladas distintamente em cada um deles:

- Rei no Evangelho de Mateus.
- Servo no Evangelho de Marcos.
- Filho do homem no Evangelho de Lucas.
- Filho de Deus no Evangelho de João.

O certo é que, os quatro Evangelhos apresentam a pessoa e a obra de nosso Salvador; cada um, porém, de um ponto de vista distinto, escrito para povos distintos:

EVANGELHO DE MATEUS
Escrito para o povo judeu, pode ser considerado o Evangelho da transição, ou seja, é uma ponte que liga o Antigo ao Novo testamento. Há mais de cem citações diretas do Antigo Testamento no texto de Mateus. Seu propósito é demonstrar que Jesus é o Messias prometido, o verdadeiro Rei de Israel, e que o cristianismo é o fiel cumprimento da Antiga Aliança. Mateus de propósito cita várias vezes: “para que se cumprisse”. Deixando bem claro que estava escrevendo para um povo que conhecia as profecias a respeito do Messias, os judeus. 

EVANGELHO DE MARCOS
Escrito para os romanos, dominadores da Palestina na época de Jesus, o Evangelho de Marcos enfoca o ministério de Cristo sob a ótica da ação, por isso Marcos é chamado de “Evangelho de Ação”, mostrando Jesus como servo do Senhor, labutando incansavelmente na esfera da redenção do homem. Jesus está constantemente em movimento: curando, expulsando demônios, confrontando adversários e instruindo os discípulos, com a finalidade de demonstrar sua divindade. Nele cumpriram-se as profecias do Antigo Testamento, ao vir a terra como Messias. Entretanto Ele não veio como um rei conquistador, mas como um servo.

EVANGELHO DE LUCAS
Escrito para os gregos. Diferentemente de seus pares, Lucas é o único dos evangelistas que inicia seu texto com um prólogo, ou seja, fornece os dados prévios que nortearam a elaboração de seu trabalho. É o Evangelho mais longo e inclui boa quantidade de informações não encontradas em outros textos. “A extensão incomumente ampla do vocabulário, a excelência da gramática e alta qualidade do estilo mostram que a obra de Lucas é digna de ocupar um lugar respeitável entre os gigantes literários de todos os tempos. “Sua intenção foi transmitir a Teófilo a plena verdade sobre o que já tinham sido oralmente inteirados” (1.3-4).

EVANGELHO DE JOÃO
Escrito para toda a humanidade. Quão diferente é este Evangelho dos demais! Suas diferenças se manifestam em todos os planos: um quadro literário diferente, episódios inéditos, longos discursos de revelações, um Cristo mais celeste do que terrestre. João afirma diversas vezes, que Jesus é Deus, iniciando no primeiro capítulo e continuando em todo o livro repetindo a frase “Eu Sou”. A diferença mais evidente é sem dúvida aquela que se refere ao quadro geral do ministério de Jesus. Os sinópticos apresentam um ministério público de mais ou menos um ano, que se desenrola principalmente em torno do lago de Genesaré e termina tragicamente por ocasião da subida de Jesus a Jerusalém para celebrar a Páscoa. Em João, o itinerário é completamente diferente: Jesus faz constantemente o vaivém entre Galiléia e a Judéia, subindo à Jerusalém quatro ou cinco vezes por ocasião das festas judaicas (2.13; 5.1; 7.10; 10.22; 12.12).

CONCLUSÃO
Nenhum dos Evangelhos (nem mesmo todos reunidos) contém a narração completa da vida de Jesus. Por isso o apostolo João escreveu no final do seu Evangelho “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém” (João 21.25).

Cristo é apresentado a todos os tipos de pessoas que formam o mundo. Cada povo aprecia aspectos diferentes de Sua Pessoa, e os escritores sagrados tiveram essa preocupação, para que as Boas Novas trazidas ao mundo alcançasse a toda a humanidade, sem distinção.


J. DIAS

*Editor do Site

FONTES:
Vista Panorâmica da Bíblia - Editora Betânia
Bíblia de Estudos NVI - Editora Vida
Bíblia de Estudo de Genebra - Sociedade Bíblica do Brasil
Módulo de teologia da FTB - Editora Betesda

Um comentário:

  1. DEUS È FIEL ... QUE PAZ MARAVILHOSA
    ESTAVA PRECISANDO E MUITO
    ENTRAR NA PRESEÇA DE DEUS
    E AQUI SENTI O MOVER DI DEUS
    QUE TODOS POSSAM SENTIR O QUE EU SENTI
    E ESTOU SENTINDO NESTE MOMENTO ...
    AMÉM E ALELUIAS

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